Imagem: TSE / Por: Victória Oliveira
Os coques nas laterais da cabeça, semelhantes aos de uma personagem famosa da novela Da Cor do Pecado, chamavam atenção pelas ruas de Itabirito. Era com esse penteado característico e empurrando sua carroça improvisada de materiais recicláveis que a conhecida “Mamuska Mineira” percorreu a cidade por anos, tornando-se uma figura popular entre os moradores. Com a forte presença pública, ela chegou até a disputar duas eleições para o cargo de vereadora. Mas sua história teve uma reviravolta lamentável: Mamuska foi presa no último mês por um crime de homicídio cometido no estado da Bahia. As informações foram confirmadas recentemente pela Polícia Militar.
A prisão ocorreu na noite de 1º de abril, por volta de 18h30, na Praça Doutor Guilherme, e foi efetuada por uma equipe da PM. Em nota, o 52º Batalhão informou que “os militares já tinham conhecimento de um mandado de prisão em aberto em seu desfavor”. Após abordagem e consulta ao sistema eletrônico, os policiais confirmaram o mandado e realizaram a prisão. Ela foi conduzida à delegacia de plantão e, posteriormente, transferida para o estado de origem do processo. “O mandado refere-se a crime de homicídio e foi expedido pela Vara de Jurisdição Plena de São Desidério (BA)”, esclareceu a polícia, sem mais informações.
Nascida em Jussari, uma pequena cidade, de cerca de 6.000 habitantes, no sul da Bahia, Mamuska Mineira, de 53 anos, residia em Itabirito há bastante tempo. Sua principal atividade era a coleta de materiais recicláveis e ela não prezou pelo anonimato, pelo contrário: chamou atenção ao disputar duas eleições para o cargo de vereadora pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Ela obteve 234 votos em 2020 e 127 em 2024.
Após a divulgação de imagens do local onde Mamuska vivia pelo Jornal Sou Notícia, um terreno tomado por entulho, que precisou ser limpo pela equipe de serviços urbanos, o vereador Pastor Anderson (PL) se manifestou publicamente sobre a situação. Segundo ele, a Secretaria de Desenvolvimento Social do município tentou, em diversas ocasiões, oferecer apoio e encaminhá-la para uma moradia mais digna, mas todas as propostas teriam sido recusadas.
Agora, a ex-candidata e catadora deverá responder judicialmente na Bahia, onde será convocada para novas audiências relacionadas ao caso.